Espelho de Mim
Olho pela janela do mundo
E vejo medo e vejo desilusão
Vejo sonhos frustrados, ambições feridas
Vontades que eu nunca tive coragem de ter
Vejo sorrisos fingidos a amigos sinceros
E falsos amigos com sinceros sorrisos
Enxergo amores traiçoeiros e inimigos confiáveis
Sangue que tinge de rubro o céu que era negro
(Particularmente, prefiro o vermelho ao breu)
Vejo tempo perdido, vendido e emprestado
Que nunca mais voltará a ser o mesmo
Vejo um mundo de coisas que cabem num vidro
E percebo que, desde o início, nunca houve janela
Estive sempre diante de um embaçado espelho