DECOLAGEM

Minha poesia voa todos os sentidos

numa única direção.

Nela eu sou asas

a ganhar do tempo...

Poesia,

sempre inquieta persuasão.

Minha poesia tem nome

sobrenome, história...

porque sempre rotulamos

até o que não nos pertence.

Mania de poesia, ser irreverente!

Minha poesia bate asas

e voa...e voa...

Fria e intangível como súbita garoa.

É assim...que me atordoa!

E embora de endereço incerto,

(porque versos são como a vida,

depois de deflagrados

estão em todas as esquinas!),

minha poesia tem cadeira cativa.

Comediógrafa poesia!

Que ri e chora,

Depois me sobrevoa e vai embora.

E se distraída não me chega,

Mesmo assim de mim decola.

Poesia ...sempre asas de agonia...

Minha poesia é mansidão

e solidão.

É todo o meu sentido:

Rima da insana razão.

Asas para um tempo fugidio

Meu rasante voo...de ilusão...