Um botão de rosa
Cativa-me pouco as coisas chamativas,
a simplicidade é que ganha a minha atenção.
Digo que tu me encantarias, acredite,
se viesses apenas com uma rosa nas mãos.
Um botão de rosa, bastaria que eu visse,
daqueles pequenos, humildes, bastardos
dos jardins, dos canteiros, dos vasos,
que deles mal se esvai algum cheiro de discretos,
só com uma leve brisa, ao passar por perto,
arrancaria o perfume do botão e o doaria ao ar.
Um botão de rosa modesto apenas,
em uma dessas tardes de fim aconchegantes,
onde minha alma estivesse quieta, amena,
a ponto de julgar esse ato ainda mais galante,
do que um buquê das mais variadas flores.
Algo simples, mas lisonjeiro, para toda curta vida,
que deseja a todo o instante,
que qualquer espera não seja comprida.