Dança na floresta
Encontrava-me em mais um dia como tantos outros
Caminhando livre entre árvores e flores
Sem pensar em nada e tudo simultaneamente
Ah! A alegria de por momentos viajar livremente
Tocada pelos simples prazeres
Como o aconchegante abraço do Sol e vejo então doces potros
Tal como eu disfrutando das simples circustâncias
De um caloroso dia de Primavera e sem instâncias
Rodeiam-me agora sem medos, seres curiosos
Observando-me com aqueles penetrantes olhos castanhos
Sem quaisquer vestígios de vícios maldosos
Sem qualquer traço de sob humanos tratos
Livres no seu pequeno recanto sem objectivos tamanhos
Apenas sentir, sobreviver, pocriar sem contractos
às vezes gostava de por momentos como eles ser
Nefasto este humano mundo é-o tantas vezes
Que cada segundo que tenho a sorte das cidades me afastar
Agradeço a Deus por ainda assim me presentear
Com pequenas alegrias já tantas vezes esquecidas
São as horas de maiores alegrias e é nesses
Pequenos momentos que sou eu e puramente eu
É nas horas de silêncio e solidão que se torna meu
Este espírito que habita-me e cresce
Por isso danço loucamente até poderia-se mesmo dizer
Pisando flores e folhas no húmido chão da floresta
O corpo não contesta
Muito pelo contrário, pede mais, quer viver!
E então o sol desce
É agora já hora do branco luar
Saio da floresta e vejo-me percorrer
A húmida e fria areia branca à beira Mar
Fria mas tão reconfortante de sentir e ver
Deito-me nela e fico assim, simplesmente a observar
A imensidão de estrelas para as quais um dia vou voltar.
Mafalda Sanches