Orvalho
Caminho. É uma manhã fresca.
O relógio de pulseira
amarela marca 7h05.
Pássaros,
sobre cabos elétricos,
verificam com os bicos
suas penas antes das horas
que voarão entre o instante
do nascer do sol e o
do seu ocaso.
Sinto o frescor do vento
calmo que encontra minha
pele e amaina o calor do
corpo agasalhado.
À esquerda, início do
leve declive da avenida,
grilos, produzem, acobertados pelas
folhas, sons musicais
através das nervuras
de sua asas.
Olho a relva
agradavelmente drapejada
com folhas umedecidas.
Cada peça floral da pétala
já desperta com a irradiação
dos primeiros raios de sol;
Flores pronunciam aromas
juvenis para mais uma reestreia.
Presa por várias folhas,
a diminuta teia de aranha,
com seus fios entrelaçados e
atados na horizontal,
conserva sobre si pontinhos diáfanos
de orvalho que a noite borrifou.