RECANTO POÉTICO
RECANTO POÉTICO
Como todo coração
Tem o seu grande dilema
Também tem o meu sertão
Em cada recanto um poema
Tem a toada da rolinha
Quando a tarde cai mansinha
Vendo o sol esmorecer.
Tingindo toda a copada
Depois se some no nada,
No horizonte vai morrer.
Neste pôr-do-sol tão lindo
Parece Deus, que sorrido
Abençoa o meu sertão
Com a bênção da saudade
O caboclo de verdade
Traduz mágoa em canção.
Tem o luar cor de prata
Que convida à serenata
Quando chega o anoitecer;
Geme triste uma viola
Que a tristeza consola
Tem de tudo, pode crer.
Lá no morro tem cascata;
Tem passarada na mata;
Tem cabocla e tem amor.
Só não tem a falsidade
Como tem lá na cidade,
Não tem disso, não senhor.