MARRONS DO OUTONO
MARRONS DO OUTONO.
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Entre os marrons, primeiros deste outono
Nos tons e sons, eu sinto o velho anseio
As folhas que caíram no abandono...
Mudaram a paisagem sem receio.
Meu canto é a liberdade que almejo,
na plenitude viva... me refaço,
transformo o vento frio em um desejo
cinzentos tons se ocultam no espaço.
Entre os marrons do outono vejo vida
por entre as folhas mortas cato as cores,
que seja uma centelha renascida,
que seja a expressão de meus amores.
E já não há marrons feios, tristonhos,
consigo contemplar luz e beleza,
renasce em força o verso que componho,
na face multicor da natureza.
Encontro nesses tons marrons amigos
o cheiro novo... outono renascido
deixando para trás choros antigos,
passeio no presente acontecido.
E fica no passado o tom escuro...
que entre as folhas mortas descobri,
brotaram forças e meu verso puro...
dos tons marrons meu sonho recolhi.