IMENSIDÃO
Encontrei-me perdida a percorrer ruas
Buscando o verde das folhas
O colorido das flores
O cheiro da terra,
Como se fora um peregrino
Que caminha sem destino,
Buscando tudo ou nada
Pegando isso ou aquilo,
Ou não pegando nada.
Encontrei-me perdida em mim
Buscando espantar a solidão,
Que jorra como a vertente
E brota como a semente,
Forte como estrelas
Que brilham e não sentem
A força do calor do sol.
Encontrei-me a rolar lágrimas,
Quentes como sangue
Salgadas, cruéis como as marés
Varrendo tudo que encontram.
Encontrei-me a derrubar barreiras,
Criadas por meus delírios
Momentos de loucura ou sanidade
E não por conta da idade
Madura, galgada, matreira.
Encontrei-me vazia ,sem pensar em nada
Sem cérebro, que se esvaiu, solto, ou por um fio
Como um pêndulo a embalar ao vento,
Sem alma, cega, sem ar
Sem suspiros ou sussurros.
Só um coração batia!
Busquei encontrar-me...
E em minha busca, me perdí
Em minha imensidão.