Testemunha

Registo na cumeada

das montanhas nervosas

a alegoria do sol dançante

e um pássaro bêbado

atordindo o amplo lastro

da luz imanente

crepita no fogaréu do seu trinado

insolente

a espantar os espantalhos

velhos

que morreram de cansaço

com os braços abertos,

mesmo quando a noite caia

cansada da luz.

Registo o clamor

da terra aturdida

e sorrio um sorriso largo

sem testemunhas

como se quisesse ser ali

o torrão silente

que se esboroasse para sentir-se

chão,

apenas!

Em 24.Mar.2010, pelas 18h00

PC

PC Poetry
Enviado por PC Poetry em 25/03/2010
Código do texto: T2157857
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.