Motim

A penúria do amor

No meu mórbido coração

Expressa em meus olhos

Apenas o fragor da minha alma

E o sentimento ferino

Que ai fora cravado

Na mais pura crueza

Destruía os encantos e a doçura

De uma pobre alma

Que um dia havia sido seduzida

Por um coração satírico

E que despertava em meu peito

Um motim, que aos poucos

Permutava o meu próprio eu

Despertava horas de horror e tédio

Da minha memória sem fim

Monstro que destrói sem matar

Machuca sem ferir,

Parasita da alegria

Que se vai para não mais voltar