Deprimido
Não fuja da busca
que teu corpo inebria em ti.
A pausa está longe, amigo,
Silente o coração descompassa.
Não brigue contigo,
Deixa a vida fluir.
Depressão tem nome.
Nome e cor.
Uns a chamam de tristeza
outros de afetação.
Uns dizem que é negra
outros verde limão.
Prá mim
solidão não é
pois essa, falta tudo.
As cores
nem de longe são
as que eu trago na emoção.
Da dor da separação,
do desamor no coração,
da vida em cada mão,
aqui faz coleção.
Não,
não tem nada assim
em toda a estação,
nem cores, nem frutos,
nem nada então.
A depressão
é um mar sem água,
sem doce ou sal,
sem vida, sem morte,
sem nada de forma.
Entra suave,
esparrama,
cria raízes,
se avoluma no coração.
Prá retirar,
esforço requer de montão.
Não basta um abraço,
um beijo
ou um presente.
Nem dinheiro, sorrisos,
pai, irmão.
A gente tem que querer
separar a dor
da dor da separação.
Uma sai leve
outra de sopetão.
O dia floresce soberbo
a noite cai
em pétalas rubras
como a mostrar
que desse mundo
tudo há reparação!
(milena medeiros-17/03/10-tema proposto com Ciganinha: "deprimido")