Uma história
Os sapos, nas noites de chuva no sertão
Entopem o ar de cantos
A lua se esconde nas nuvens escuras
E o céu fica com um friozinho!
Meninos dormem cedo
Apaziguados em sonhos felizes
E quando mais tarde as estrelas
Bisbilhotam os olhos fora das nuvens
Desce uma lareira para aquecer o ar
Então o orvalho cai
E a voz da noite cheia de visitas
Carrega as falas dos animais noturnos
Para as casas dos homens
São presenças de árvores
Folhinhas e folhas
Chicotes de voos de pássaros
A cobrir torre de igrejas
E guizos de onomatopeias desconhecidas
Bem mais para o clarear das horas
Vozes da fazenda desencantam as estrelas
O canto do galo enrosca-se com a balada dos sabiás
Neste momento tinam no mesmo tom
A algazarra dos meninos na manhã
E estes ficam chilreando o dia todo
Até que a noite se achega outra vez
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