DIA SEGUINTE

No dia seguinte me vesti de negro pra combinar com meu estado de espírito

No dia seguinte me revelei ser aquilo que nunca dantes havia sido

Me vi nua diante de mim

Me vi crua, não gostei do que vi

No dia seguinte derramei uma lagrima

Ainda não defini se por ti ou por mim.

No dia seguinte enxuguei tua lágrima

No dia seguinte me perdi de mim

Me perdi nua, me perdi sua, me perdi no obscuro do meu eu

Eu dentro de meu buraco negro sem nada sem vinculo sem amor

No dia seguinte eu lutei pra sair dos confins da escuridão

Me vesti de branco, me apalpei , senti minha alma

Na palma da minha mão, ali estava eu

Nua, crua sem direção

No dia seguinte espelhei-me e meu reflexo nada me apresentou

Estava vazia, fria em um breu da reflexão

No dia seguinte me banhei no suor dos meus poros

Na saudade que nunca senti

Nas palavras que nunca falei

Nas frases que nunca vivi

No dia seguinte parti

Fui morar dentro der mim

Achei um lugar só meu

Sem encanto, muito menos espanto muito menos vazio

No dia seguinte eu estava ali

Ali aonde? Me perdi, me achei, me alisei, percebi

Percebi meu gosto, o cheiro maculado do meu corpo, os palpites as palpitações

No dia seguinte me armei e rumei para a batalha

No dia seguinte me salvei e nunca mais me prendi

No dia seguinte aprendi a viver em mim.

Patricia Mackowiecky carpes.

patricia mackowiecky
Enviado por patricia mackowiecky em 11/03/2010
Reeditado em 26/07/2013
Código do texto: T2132937
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