DIA SEGUINTE
No dia seguinte me vesti de negro pra combinar com meu estado de espírito
No dia seguinte me revelei ser aquilo que nunca dantes havia sido
Me vi nua diante de mim
Me vi crua, não gostei do que vi
No dia seguinte derramei uma lagrima
Ainda não defini se por ti ou por mim.
No dia seguinte enxuguei tua lágrima
No dia seguinte me perdi de mim
Me perdi nua, me perdi sua, me perdi no obscuro do meu eu
Eu dentro de meu buraco negro sem nada sem vinculo sem amor
No dia seguinte eu lutei pra sair dos confins da escuridão
Me vesti de branco, me apalpei , senti minha alma
Na palma da minha mão, ali estava eu
Nua, crua sem direção
No dia seguinte espelhei-me e meu reflexo nada me apresentou
Estava vazia, fria em um breu da reflexão
No dia seguinte me banhei no suor dos meus poros
Na saudade que nunca senti
Nas palavras que nunca falei
Nas frases que nunca vivi
No dia seguinte parti
Fui morar dentro der mim
Achei um lugar só meu
Sem encanto, muito menos espanto muito menos vazio
No dia seguinte eu estava ali
Ali aonde? Me perdi, me achei, me alisei, percebi
Percebi meu gosto, o cheiro maculado do meu corpo, os palpites as palpitações
No dia seguinte me armei e rumei para a batalha
No dia seguinte me salvei e nunca mais me prendi
No dia seguinte aprendi a viver em mim.
Patricia Mackowiecky carpes.