OLHAR RASANTE
 
Seminu, ando pelas fímbrias da
calcinha de renda da
minha bela Praia de Iracema
 
Movo-me por seu espinhaço de concreto
um sorvete de carne
derretendo-se em gotas salgadas
 
Velas brancas no bolo azul
tocos de jangadas à vista
parecem lagostas fritas
 
Velho pescador pensa
sua rede rasgada por pargos,
mariquitas em saltos libidinosos
 
Coqueiros
moinhos de pás verdes
sussurram ventanias
 
Castanholeiras trajam vestidos de
gala com lustrosos retalhos
em verde-amarelo-rubro
 
Nativas descalças
sacodem nádegas equilibradas
no fio da tanga.
Joseoli
Enviado por Joseoli em 28/02/2010
Código do texto: T2111857
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