O Limiar do Adeus
I
A balada das horas fustiga,
abrindo caminho onde vejo fronteira...
Onde afinal esta minha inimiga,
a sua loucura nestes tempos, beira...?
II
São escassos os minutos a serem levados,
os jardins puídos não existem mais,
meus céus de lembranças regados,
de outros raios de sol não vê os sinais!
III
A balada das horas entreolha,
e vê quão frágil é este opositor,
é bem menos que o sereno que molha,
o trêmulo lábio a procura de amor!
IV
A brisa que acolhe esta mão profana,
que busca meu tempo abreviar,
sopra também o suspiro que emana,
de quem sua metade ainda quer encontrar!