Ares novos

Numa concepção comum do que é sadio,

Ando, vagaroso, rumo ao meu religioso descanso.

Tudo fica para trás. Há apenas meu nervo manso.

Unindo o útil ao conveniente, jazido no chão vazio.

Raros espasmos urbanos me circundam agora.

Este lar não supre a gana mas me abriga da exaustão.

Zumbindo tranquilidade, me elevo ao nível da solidão.

Algum dia verei a cor da fumaça de quem chora?

Catorze passados e cinco metas, mas,no fim, eu renasço.

Não sei mais praguejar e nem ao menos o porquê das coisas.

A cada vida que passa o vento maltrata menos as rosas.

Hoje sei o valor do alicerce de aço.

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 02/08/2006
Reeditado em 14/01/2008
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