Negras lágrimas
Volto ao púrpura das manhãs,
quando deslizaram teus dedos,
os últimos, em minhas súplicas vãs,
sem vida, sem brilho e sem apegos!
Ah! Quão negras estas auroras frias,
nascidas sob o estigma do vazio,
resta enfim expor, restos de fantasias,
tal um irretornável e silencioso rio!
Apenas pardas luzes do amanhecer,
que há tempos se foram distantes,
não um utópico e passageiro desfalecer,
mas a realidade em cores destoantes!
Que desenhos com formas profanas,
veria para comparar ao teu semblante?
Minh` alma não clama saudosas hosanas,
pois fui há muito de teus olhos a vazante!
xxeasxx