A BUSCA INADIÁVEL
Às vezes somos estranhos perante nós mesmos;
E em meio a sobras e contrapesos, ignoramos a própria medida;
Seguindo uma rota que nos é oferecida, sendo opúsculos de impostos enredos;
Condenados pelos segredos que calamos ao longo da vida!
Por ser assim a existência se resume numa infinda busca;
A inconsciência ofusca o que a percepção despercebe;
Dizendo não, embora nada negue, amordaçando tudo que aguça;
A primeira face soluça, enquanto a outra lhe bebe!
Assim eu considero sempre que pretendo me entender;
Pois me pergunto o que é viver, mas a resposta me questiona quem eu sou;
Meu eu ainda não me achou e se me olhar talvez não seja quem julgava ser;
E eu tento não enlouquecer até me ver em tudo aquilo que de mim restou!
Porque de outro modo eu haverei de ser somente o que não me reflete;
Pagando um caro e inconsciente frete por essa estrada induzida;
Mesmo que eu vá contra toda torcida, vencendo tudo que me impede;
Preciso saber o que a felicidade me pede, porque só tenho uma vida!
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