DESPEDAÇANDO FLORES

Vivo no mundo a cultivar valores perdidos,

A discursar a beleza numa poética e utópica retórica falida,

Transpirando bucólicos anseios num mundo indiferente às coisas belas!

Um mundo que já corrompeu seus valores,

Desvirtuou o que é virtude,

E envenenou nossos sonhos com fumaça radioativa.

Deixou o ar que respiramos enegrecido por nuvens de petróleo,

e a água dos lagos poluída com tóxicos resíduos industriais;

Parece que esse mundo agora segue sua própria lei!

A lei dos desprovidos de alma pura!

E que nosso romantismo desapareceu entre os escombros

Das selvas de pedra.

Nossos poetas reviram-se em suas covas,

Lamentado a sorte de toda beleza perdida.

Agora são as luzes artificiais que clareiam no meio da noite,

Uma noite já sem o brilho da velha lua dos enamorados,

Talvez em algum lugar distante,

Longe das fábricas do progresso,

Repouse algum lago transparente que reflita bucólico

O brilho cintilante das estrelas.

Onde ainda existam homens simples de coração,

Que não tragam dentro de si essa fúria incontida dos espíritos insensíveis,

Que despedaçam flores,

Destroem sonhos,

E entristecem o canto dos pássaros!

Anjo melancólico
Enviado por Anjo melancólico em 14/01/2010
Reeditado em 27/04/2013
Código do texto: T2029272
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