Aquela serra já ‘stá verde, delirante,
E da cabana, com nobreza de senhor,
Vê-se o melro em concerto inebriante,
Que entoa trinos a chamar o beija-flor.
A neve já passou, é primavera,
Os esquilos saltam fora, no jardim,
Tudo é real, palpável, não quimera,
No piano alguém lembra Antonin.
O poeta evoca a musa adormecida
E nos recantos os eflúvios do seu eu
Ouvem Bach, Valentini, em despedida
Para voltar aos doces braços de Morfeu.