Poema Passageiro

Nasci no tempo de estradas
não pavimentadas
Ônibus saindo na madrugada...
Em dias de chuva
correntes nas rodas,
um dedo de prosa,
alegria no olhar!
Quimeras bailando
junto ao tempo
sem pressa a passar...
Da fazenda até a cidade
coloria-se a realidade
em poesia e encantamento!
Uma magia vivaz
eternizada
em cada momento...
Frutos cobiçados,
buganvílias dependurados,
cachos de felicidade
brotando junto à idade.
Hoje tudo é antagônico
aos meus sonhos anacrônicos.
Aviões supersônicos
que levam junto a paz!
Sou az
de sentinela,
faço-me tagarela
para não ouvir
o medo que me ronda
nessa onda
de violência!
Deus, clemência!