Descendo a ladeira

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Descendo a ladeira, arfando de cansaço

casualmente descobri quanta beleza

havia ao redor das casas, ornadas de floreiras

fecundadas, para desabrocharem vistosas

disciplinadas nos seus galhos finos

Nos meus passos solitários, contei as cores,

sublimando os meus tormentos,

ao espirar o olor que as flores desprendiam,

pois senti, que não era assim tão difícil

percorrer este paraíso, em forma de veredas

O retorno da primavera começara

como um sopro de vida, inflando a paisagem,

não havia sequer, um assobio de vento

ou hálito de brisa, apenas o frescor

das manhãs debruadas em sombras

Esqueci as longas buscas,

sob um sol que tudo via, me acolhendo

nas suas lépidas asas de ouro,

nem me perturbei, se ele interferisse

para onde se dirigiam os meus passos

A ladeira se acentuava, fiquei apressada

o tempo corria e eu queria pintar a paisagem,

repousar no papel as tintas, de tudo que vi ...

até as pedras se transformarem em estrelas

logo que a noite se derramava

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 11/01/2010
Código do texto: T2024160
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