De uma vida simples

Era uma cidade do interior.

Ao pé do morro

Ficava a casinha.

Cuidadosamente plantadas

Margaridas e rosas floriam

À varanda aberta ao sol nascente.

Era manhã, cedo ainda;

Os pássaros em seus gorjeios

Largavam voos de galho em galho,

E toda uma família de capotes

Habitantes das matas em redor

Acordavam a casa que dormia

Só para serem parte do alarido na hora do café.

Tinha-se de ir ao riacho por uma vereda;

A sala ficava triste nesse instante;

Até os cães e gatos seguiam a meninada.

Uma frondosa mangueira com seu ar matriarcal

Estendia os frutos a serem colhidos.

O papagaio no alto duma trepadeira:

_Currupaco papaco!

Avisando à cozinheira

Que os meninos voltariam

De barrigas vazias!

Tudo era tão belo

Que conservo até hoje

Do mesmo jeito,

Na simplicidade do verso.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 28/12/2009
Reeditado em 12/01/2010
Código do texto: T1998972
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.