Viver morrendo de Aventura
Viver morrendo de Aventura
(Alex Louzada)
Dei o sangue pela transparência
Delimitei segredos épicos
Por trás dos meus poemas
Na condulta desses mistérios
Lá se foi um dilema, minha vida levei a sério
Dei o sangue por uma venda
Eu comprei todo o meu tédio
Pela frente a paciência
Servindo o meu lado cético
Lá se foi mais um dilema, minha vida do alto de um prédio
Dei à morte a oferenda
Para vida o meu crédito
Só que no final da novela
Morri pela morte natural da terra
O dilema sempre igual, céu, inferno, paz e guerra
Do que valeu minha transparência
E os meus segredos épicos
Se por trás dos meus poemas
A doença obteve remédio
Em forma de morte prematura
Do prazer pequeno dos butequins das ruas
Dei meu sangue por poemas
Eu comprei todos os versos
Pelo alto a luz das estrelas
No baixo o cuspe dos protestos
Agora que caí do prédio digo
Ganhei o visto pro inferno
Tanto faz agora é tarde
Esses versos são aventuras
Que eu fiz fazendo arte
Com alguns colegas de rua
Descobrir que felicidade é
Viver morrendo de aventura