Viver morrendo de Aventura

Viver morrendo de Aventura

(Alex Louzada)

Dei o sangue pela transparência

Delimitei segredos épicos

Por trás dos meus poemas

Na condulta desses mistérios

Lá se foi um dilema, minha vida levei a sério

Dei o sangue por uma venda

Eu comprei todo o meu tédio

Pela frente a paciência

Servindo o meu lado cético

Lá se foi mais um dilema, minha vida do alto de um prédio

Dei à morte a oferenda

Para vida o meu crédito

Só que no final da novela

Morri pela morte natural da terra

O dilema sempre igual, céu, inferno, paz e guerra

Do que valeu minha transparência

E os meus segredos épicos

Se por trás dos meus poemas

A doença obteve remédio

Em forma de morte prematura

Do prazer pequeno dos butequins das ruas

Dei meu sangue por poemas

Eu comprei todos os versos

Pelo alto a luz das estrelas

No baixo o cuspe dos protestos

Agora que caí do prédio digo

Ganhei o visto pro inferno

Tanto faz agora é tarde

Esses versos são aventuras

Que eu fiz fazendo arte

Com alguns colegas de rua

Descobrir que felicidade é

Viver morrendo de aventura

Alex Louzada
Enviado por Alex Louzada em 04/12/2009
Reeditado em 12/12/2009
Código do texto: T1960203
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