Eduardo

Se ouço o que não devo

Se faço o que não desejo

Não te condeno por tentar me iludir

quando toco tua pele

Embriago-me do teu cheiro

Permaneço inerte pelo tempo que se passa

Perdendo-me no teu vulto

Cultuo um ser oculto dentro de mim

E você diz que é tolice

Condena-me pelo que não te fiz

Eu bem sei, poderia ter feito mais

Mas não me culpe por nao ter percebido

Leve-me e alimente-me

Pois rodei meio mundo para te reencontrar

O meu destino foi mutilado

Quando deixei-o escapar

Um tornado atingiu minha cidade

E minha vaidade, bem mais que ferida

Não encontrou outra saída

Que não fosse esbanjar o que jamais teria

Que não fosse desejar o que nao deveria

O que senti naqueles dias ficou guardado

E muito do aprendi deixei de presente para o passado

Como tralhas que se perdem pelo caminho

E só sentimos falta quando o vazio dói

Quando a tristeza nos destrói

Nos deixando mudos sem saber o que fazer

Nos deixando paralisados sem ter nada pra dizer.

Lane Miotto
Enviado por Lane Miotto em 29/11/2009
Reeditado em 07/07/2010
Código do texto: T1950404
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