Eduardo
Se ouço o que não devo
Se faço o que não desejo
Não te condeno por tentar me iludir
quando toco tua pele
Embriago-me do teu cheiro
Permaneço inerte pelo tempo que se passa
Perdendo-me no teu vulto
Cultuo um ser oculto dentro de mim
E você diz que é tolice
Condena-me pelo que não te fiz
Eu bem sei, poderia ter feito mais
Mas não me culpe por nao ter percebido
Leve-me e alimente-me
Pois rodei meio mundo para te reencontrar
O meu destino foi mutilado
Quando deixei-o escapar
Um tornado atingiu minha cidade
E minha vaidade, bem mais que ferida
Não encontrou outra saída
Que não fosse esbanjar o que jamais teria
Que não fosse desejar o que nao deveria
O que senti naqueles dias ficou guardado
E muito do aprendi deixei de presente para o passado
Como tralhas que se perdem pelo caminho
E só sentimos falta quando o vazio dói
Quando a tristeza nos destrói
Nos deixando mudos sem saber o que fazer
Nos deixando paralisados sem ter nada pra dizer.