Crepúsculo

Início do crepúsculo matutino náutico, em breve o alvorecer.

Em simetria ao lume fatídico, amantes exaustos a adormecer.

Suspirando aos ares, delirando num rio de ilusórias virações.

Suados, ardentes, indiferentes ao frio no calor das sensações.

Os raios nos corpos nus, desenhados, invejosa a lua os rodeia.

Só a alma triste do poeta, de solidão se expande e devaneia.

A aurora vem com toda a alegria e ruge o grandioso clarão.

As cores enobrecem o dia, o astro sol profliga na imensidão.

Crianças sorriem com ironia, pessoas caminham sem direção.

Com a sua sutil e doce melodia, a manhã canta o hino da criação.

Mas o poeta é crivado das adagas mais profundas e eternas,

E nem mesmo o astro iluminado, o aquece em suas cisternas.

O crepúsculo vespertino aparece mais um ciclo a se precipitar,

Nada de novo acontece. Só mais amantes ansiosos pra amar.

Sem cotovelos sobre o batente, o silêncio e a ausência total,

O Poeta brinda á madrugada e á eminente escuridão natural,

Outra vez sua mente palpita no lugar do seu insano coração,

E a noite que não pode ser infinita, eterniza-se na obra de sua mão!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 25/11/2009
Reeditado em 06/12/2009
Código do texto: T1943816
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.