Quando...
Quando ouço esta canção
fico perdida nos meus ‘ses’...
A saudade chega consumindo o meu ser,
fazendo-me recordar os sonhos mirabolantes.
Nas cores abrasadoras que regiam a nossa vida,
vejo o moinho de vento que norteava a nossa sorte,
embalando o nosso destino,
de onde rumávamos para o castelo onde selaríamos
nosso romântico sonho de amor.
Sem o som do mundo que girava lá fora,
a guardiã velaria nossa intimidade e
quando cansados do isolamento,
fugiríamos na carruagem colorida de nossa fantasia.
E já no final da vida,
se o visse curvado sobre o meu leito,
deitando-me carinhos e palavras doces,
induzindo -me ao passado,
resgatando segredos de nosso faz-de-conta,
selaria em meus lábios o néctar verdadeiro,
de um derradeiro beijo.
Somente os amantes possuem
em seus verdes trigos,
a lâmpada mágica do gênio que surpreende,
num esgar,
a vida fugidia...