Rugas
Do cheiro suave e doce, nada mais,
agora, só o triste odor quase azedo
de tanto passado, tanto arremedo.
Do riso franco e gostoso só resta
o frouxo da boca, falta de dentes,
na pálida saudade do ausente.
Da saia rodada, o descolorido
do tecido gasto com seu corpo;
nas rugas, que dão ar dolorido,
da bengala, escorando o torto.