EU E O TEMPO

No indefinido espaço entre eu e o outro ser,

longe e perto já não tem sentido.

O agora eterno comanda a vida.

O passado já não se manifesta.

O tempo imemorial me oferta a sossegada morada

onde o muro que me fecha,

cumplicia com as imagens que dele nascem

e me defendem do medo e da solidão.

Calma e suavidade são o alicerce

desse castelo esculpido em sonhos.

No tempo que passa lá fora,

passa o tempo da dor.

E na festa de luz que acontece cada dia,

o amor se dilui incandescente,

recriando formas de expressar a eternidade

do imortal e humano sentimento.