Testemunho
Testemunhei a vida desabrochar
No silêncio da manhã
Em que apenas o vento passava
Num toque terno
Sem grandes alardes.
Havia uma simplicidade
Debaixo do céu azul...
O orvalho caía
Umedecendo a terra
Ao calor ainda brando do sol...
Mas outra imagem da face da vida
Chamou-me deveras a atenção
A das árvores que se protegem durante o estio
Nelas há um grito mudo de amor à caatinga
Suas folhas perdem-se sem afobação no chão
Como se dissessem que a vida não morre
Na voragem do abraço do semiárido
Pois tão logo caiam as primeiras gotas da chuva
A vida novamente explode em cor!
E tamanho será o verde
Que meu coração respirará
Apaixonado em silêncio...