Bem-te-vi

Saindo de casa, pela manhã, cedinho,
Para os meus afazeres diários, a caminho,
Na condução prática, guiando a bicicleta,
Em quase meio século, ainda era atleta,
Eis que do alto ouço um suave cantar:
- Te vi... Bem-te-vi! Afinado assobiar!

Para cima olhei, buscando o autor do som,
Vi o céu em seda azul, nuvens de branco tom,
Proteja-me, meu Deus, neste dia, amém,
Era pássaro, uma criatura, não era ninguém.
E a voz aguda ecoou em novo compasso:
- Te-vi... Bem-te-vi! Silvou num curto espaço!

Olhei para frente, equilibrando-me para não cair,
Não posso deixar o pensamento, aos olhos, trair,
(Encontre quem encontrar, nesta minha vida,
Será alguém para amar , pessoa humana querida).
Ao fim da jornada, lembrar-me-ei do que ouvi,
O belo e provocador canto do amarelo Bem-te-vi!
Geraldo Mattozo
Enviado por Geraldo Mattozo em 03/11/2009
Reeditado em 08/03/2019
Código do texto: T1903135
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