CREPÚSCULO

CREPÚSCULO

J.B.Xavier

O ocaso se aproxima cuidadoso, braços de veludo

E neles as sombras se deitam, cansadas,

Apagando-se nos abraços carinhosos do sol,

Que moribundo, também se recolhe,

Acenando docemente às estrelas, cuja plenitude jamais verá...

E elas vêm, sob o encantamento da magia

Da púrpura derramada sobre o firmamento...

Em nuvens elas chegam, atendendo ao chamamento

De outra vez enfeitarem o fim de outro dia...

No sagrado silêncio que se derrama sobre o mundo

O sol se esvai em luzes, lentamente, segundo a segundo

Ardendo no horizonte a chama dos sonhos

Acendendo na eternidade de instante a instante,

Revolvendo-se em agonias à espera da amante

E do sonho eterno: a lua que surge fulgurante...

Ardendo ainda por sobre vales, florestas e colinas

Ele se despede sorrindo à chegada das estrelas,

Suas confidentes, eternas e misteriosas meninas...

Flutuando no limite do firmamento, resiste o sol,

Olhando para o outro extremo do horizonte,

Na ansiedade de que enfim desponte

Sua doce e pálida amada,

Que tornará esta noite enluarada

Enquanto declina, já sem forças, no arrebol...

E ela vem, sorrindo, envolta em claridade, esfuziante...

Nos ombros, o manto silente e reconfortante da noite

Rebrilhando sob a luz, presente de seu amante...

E outro dia vai chegando ao fim...e o sol por instantes, segue pelas

Trilhas da magia, oferecendo-lhe toda a sua luz,

Enquanto ela, enamorada, lhe oferece estrelas...

* * *

JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 09/10/2009
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