. .. ... .... .....Restos..... .... ... .. .
Restos de mim espalhados pelo chão frio da calçada.
Em mim pisam pés apresados em passar adiante.
Mal olham minhas dilacerações sofridas.
Meus erros irrevogáveis.
Meus desejos detruídos e negados sem peidade.
Minhas migalhas do corpo rasgado do ser inexistente, da vida solitário e reduzida em pedações de lembranças.
Estou jogado ali, sucumbindo a insensatez de ser humano. Prestes a ser levado vento afora. Carregado nos braços leves e flutuantes do tempo ininterrupto.
Olhos veem-me e fingem minha presença calada e fria.
Mãos ansiosas em unir-me ao que era, desejam, vãs, a impossibilidade concreta.
Os pedaços meus, estilhaços varridos em consciência, trincam as arestas finas e cortantes.
Já não poço ser colado. Serei cacos de um vaso, grosseiramente remontado.
Não! Piedade é para os inocentes. Sou o único suspeito do crime inegável e confesso, absoluto, o ato culposo de minhas mãos bem feitoras. Este meu castigo é justo: permanecer assim, como estou, sem chance de perdão.
Restos de mim espalhados no chão frio da calçada.
Viraraaaam pó.... .... .... .... .... .... .... .... ... .... .... ....... ... ... ... .. .... ...... ... . . .. . .. . . ....... . . ...... . .. . . ..... . . . . . ... . . . .... . . . . . ...... ... ... ... ... ... ... ... ...... . . .. . . . .. . . .... .. .. . ... . ..... . . . .... .. . .. .... . . ..... . . ........ . . ... . ... . ... ... .. .. .. .. .. . . . . . . . .
.
.
.
.