NÃO HÁ PORTO
Não há Porto
Não há ponte
Não há nada
Tudo se evaporou.
O líquido virou nuvem
e voou para longe
longe da vista
de quem quer ver
sentir, acariciar
a água que foi.
Agora ficou apenas
uma marca
da passagem
por essas bandas
da água que foi.
Ficou prisioneiro no céu
numa nuvem
que o levou para longe
na distância
incansável
inatingível
da vida
da estrada
que não volta: o Tempo,
O ato, o fato,
A vida...
Jundiaí, 12/11/1974
Ao Tonho.