Lampejos da aurora
Lampejos da aurora...
Delícias de um despertar no campo.
Ainda em sonho ouço ao longe os primeiros pássaros.
O som suave das águas do ribeirão.
O galo canta a anunciar o novo dia.
Pelas frestas da janela os primeiros raios de sol são carícias.
Nada de preocupações com o trabalho.
Sem as buzinas costumeiras da cidade grande.
Espreguiço-me faceira e corro a me vestir.
Na cozinha um leite fresco, café quentinho, queijo, bolo e pão caseiro.
Quanta benção, quanta vida, quanto prazer.
O cheiro de mato é refrescante.
Depois do café uma cavalgada, um banho de rio.
No almoço um feijão cheiroso, um arroz soltinho, franco com polenta. Prá que mais?
A sobremesa colhida no pé.
Uma rede prá gente deitar.
A poesia vem sem precisar ser chamada.
A inspiração é companheira sem precisar ser conquistada.
São páginas e páginas escritas, desenhos novos, leves, soltos.
Lampejos da aurora que tanto desejo para mim.
Desde agora, sempre assim.