De Volta ao Éden

De volta ao Éden

Sonhos verdejantes! Aos campos, o toque de Eros.

Em transe, entoamos cânticos bucólicos, eterna busca por um ninho natural.

Somos dois bandeirantes admirando a doce virgem de pele esverdeada, vida latejante, sedentos por vida não vivida.

Não há nada que possamos macular. Somos irmãos de sangue dessa criatura cuja criação antecede o barro que nos molda.

Não há trilhas nem pegadas. Estamos a salvo de qualquer fronteira imposta, forjada.

Seguimos por terras anciãs, mas estas exalam essência pueril e dançam, intocáveis, ao som do brilho que as cinge.

Provamos o deleite do amor abstrato, dois amantes distraídos.

Somos o toque de Deus, criaturas em meio às criações.

Estamos livres de pecados e não mais nos preocupam as remissões.

Somos, eu e você, Adão e Eva em campos sem pomares.