Rituais de despedida
Que se apaguem as luzes...
vagas na neblina do tempo,
tornaram-se vãs as cruzes,
e mais perto o firmamento!
Os ventos que passaram,
vozes que me fizeram ver,
que as manhãs que terminaram,
jamais um dia irão volver!
Cair como os sonhos por terra,
olhar o sol pela ultima vez,
aliviar a alma de tanta guerra,
chorar pelo que a vida não me fez!
O epitáfio do poeta fala assim,
pois suas eternidades são irreais,
e antes, bem antes do fim,
nas suas poesias estão seus rituais!
Despede-se a cada palavra escrita,
pois é fruto da sua própria utopia,
e tudo que passa na palavra dita,
esvai-se lento, em forma de poesia!
xx eas xx