Entardecer no sertão
No sertão a tarde cai de mansinho
E leva junto de si os pássaros
Para as entranhas da noite.
O chilrear dá lugar
Ao coaxar dos sapos.
Cantam às margens do ribeirão
A canção que a natureza inspira.
Através da mata
Vejo um lampião aceso
Na casa de um caboclo.
Acendeu o fogão a lenha,
E, ao som de uma viola,
Cantarola sua alegria.
E a tristeza pode até existir,
Mas logo passa,
Num ai de nostalgia.
À visão do céu tão lindo
Uma moda de viola encomia.
Eu que nada sei
Da vida do campo,
Apenas os ouço:
Os sapos e o caipira.
A noite é deles
Como a luz é do dia.