Surpresa da Natureza

Em meio ao mangue semidevastado,

Pelas altas montanhas, guardado,

Uma árvore seca com seus galhos nús...

Visão que só ao predador faz jus.

À volta uma baixa e típica vegetação,

Para quebrar, um pouco, sua solidão.

Sob um sol morno, típico de inverno,

O céu de um azul terno...

Dezenas de urubus chegam

E nos braços secos se instalam

Ruidosamente,

Calculadamente.

Apenas um galho permanece livre.

Apontando para o céu, ele insiste,

Como se esperasse algo

Que lhe salvaria, vindo do alto.

Uma esperança irracional,

Só permitida ao suprasensorial.

.

De repente, o inconcebível acontece.

A razão arrefece.

Uma garça se aproxima,

Mudando todo o clima.

No galho solitário, ela pousa,

Com a tranquilidade de quem ousa.

Dá-se o imprevisto,

Nunca concebido:

A árvore vestida de negro,

Como a mente de quem tem medo,

Acolhendo a presença branca,

Espontaneidade tamanha,

Ilumina-s,.

Transforma-se.

Põe até os visitantes negros a brilhar,

Em meio a um espanto de arrepiar.

Com certeza, a cena possui um profundo significado

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 08/08/2009
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