Certeza

Eu achava que sabia tanto

E que as estrelas no céu

Eram diferentes das estrelas do mar

Eu que sabia tanto

Que o arco-íris findava num pote de ouro

E que as palavras eram formadas

Por pequenos seres que juntavam as sílabas

E sussurravam em meus ouvidos

Para que eu soubesse tanto

E ensinasse aos céus, aos anjos

Para que eles também soubessem

Tanto, tanto e mais

Muito mais do que eu

Mais do que tudo

E eu que achava

E nada sabia

Nada

Nada

Eu nunca soube...

Poesia publicada no livro Sangue: literatura e outras loucuras, de Márcio Martelli, Editora In House (2008).