Vendo as Estrelas...

Com as lonas em cima.

Montei meu barraco.

Para ver o céu estrelado.

Num mundo encantado!

Com o coração acelerado.

Saí do martírio da cidade.

Para curtir a mocidade

Junto daquele grupo trigueiro.

Marchando para o formigueiro.

Assim vou caminhando.

Nos pensamentos das noites.

Quando o frio vem de mansinho.

Abrigando-me em meu ninho.

Quando revivo simplório carinho.

A armação da tenda.

Com a presença da natureza.

Bem em frente a uma represa.

Lembra a hora da sobremesa.

Como um doce de ternura.

Esquecendo toda amargura.

Oh! Flôes do campos

Com o cheiro em minha narina.

Enfeitando o momento encantado.

Num sonho desenfreado

Pela noite silenciosa

E pela lua tão formosa!

O vento balança as estacas.

Através de um acorde seresteiro.

Num silvo matreiro.

Com ares de harmonia.

Através de bela sinfonia.

Acompanhada de uma orquestra.

Da afinada floresta.

É onde vivem os bichos do mato.

Em torno da simplicidade da vida.

Acalentada pela paz e pelo sossego.

Quando as horas passam e não percebo.

E inquieto com o vôo do morcego.

Fico em silêncio!

Curto os lances de emoção.

Escuto a batida do meu coração.

Ao som de uma linda canção.

Como toda música do sertão.

Oh! natureza tão bela.

Quanta coisa linda você tem.

E o meu sono que não vem.

Para que eu possa olhar meu amor.

Que está linda como uma flor.

Ali...na barraca.

Que parece ser uma mansão.

Vejo-me na escuridão.

Com a luz leve do meu lampião.

Vejo as penumbras de seu corpo.

Com os fios da sensualidade.

Para revolver meu fervor.

E arrebatar de amor.

(nova versão)

Machadinho
Enviado por Machadinho em 29/07/2009
Reeditado em 29/07/2009
Código do texto: T1725353