Vendo as Estrelas...
Com as lonas em cima.
Montei meu barraco.
Para ver o céu estrelado.
Num mundo encantado!
Com o coração acelerado.
Saí do martírio da cidade.
Para curtir a mocidade
Junto daquele grupo trigueiro.
Marchando para o formigueiro.
Assim vou caminhando.
Nos pensamentos das noites.
Quando o frio vem de mansinho.
Abrigando-me em meu ninho.
Quando revivo simplório carinho.
A armação da tenda.
Com a presença da natureza.
Bem em frente a uma represa.
Lembra a hora da sobremesa.
Como um doce de ternura.
Esquecendo toda amargura.
Oh! Flôes do campos
Com o cheiro em minha narina.
Enfeitando o momento encantado.
Num sonho desenfreado
Pela noite silenciosa
E pela lua tão formosa!
O vento balança as estacas.
Através de um acorde seresteiro.
Num silvo matreiro.
Com ares de harmonia.
Através de bela sinfonia.
Acompanhada de uma orquestra.
Da afinada floresta.
É onde vivem os bichos do mato.
Em torno da simplicidade da vida.
Acalentada pela paz e pelo sossego.
Quando as horas passam e não percebo.
E inquieto com o vôo do morcego.
Fico em silêncio!
Curto os lances de emoção.
Escuto a batida do meu coração.
Ao som de uma linda canção.
Como toda música do sertão.
Oh! natureza tão bela.
Quanta coisa linda você tem.
E o meu sono que não vem.
Para que eu possa olhar meu amor.
Que está linda como uma flor.
Ali...na barraca.
Que parece ser uma mansão.
Vejo-me na escuridão.
Com a luz leve do meu lampião.
Vejo as penumbras de seu corpo.
Com os fios da sensualidade.
Para revolver meu fervor.
E arrebatar de amor.
(nova versão)