Amor Propício (ou fúnebres indícios)
Vou marcar no meu braço
Letras do nosso laço
Com lâminas afiadas
Pra jamais esquecer
Vou pintar o meu quarto
Com os quatro retratos
Que no dia da festa
Eu tirei de você
Comer todos os doces
Como se doce fosse
O que eu lhe prometi
Mesmo sem perceber
Vou correr pela cidade
Buscar a identidade
Que você me roubou
Ao me entorpecer
Vou, vou morrer amanhã
Pois, só esta noite sã
Há de me suportar
E de manhã acender
Velas para o meu corpo
Que o amor de um morto
É envão, desperdício,
É propício a você.