FINAL DE DOMINGO
Vazio dos amigos que não vieram.
Espectro do telefone que não tocou.
A falta daquele e-mail esperado.
Corações que nunca se abriram.
O tempo, implacável, que passou
e a sensação de ser abandonado.
Será fruto da dor ou de um amor
que não se realizou, por ironia
de um sentimento retido e mudo?
Coração e alma em tal desandor,
perdidos numa total desarmonia
com a própria vida e o mundo.
Crepúsculo agonizante, sem nada,
nem mesmo a canção derradeira.
A única presença verdadeira
é a ausência da mulher amada.
SP – 19/07/09