Reflexo ao Negro Manto
Cai a noite, desmaiada, e eu não lamento
Traz-me estrelas e Lua pra iluminar os campos
Das noites anteriores, do pranto me lembro
E, não lamento, mas oro: "São tantos, tantos!"
Aos milhões as estrelas se tocam e dentro
Destas luzes que se destacam neste negro manto
Se explodem em histórias, mas eu não me aguento
Eu grito sobre o amor, sobre o sonho e o pranto!
A água, silenciosa, qual brilha a lua ao centro
Reflete mais que luzes, reflete todo o encanto
Alcançar todos os sonhos, eu já não mais tento
Mas esta Lua há de ver o quanto luto! - e quanto!
Todo o sentimento bom que tenho, hoje invento
São resquícios de sabores de quando ainda infanto
E essa dor que insiste em cortar por dentro
Menos vale que um coração utópico a brando
Que a noite que me caiu num breve momento
- Impedindo despedir-me do sol - por enquanto
Não trouxe-me nenhum sorriso, tampouco um lamento
Nem vida ao meu peito ou cor ao rosto branco
Se é pra ceder todo o meu sangue, eu aguento
Eu espero, que entre vida e morte, não almejo flanco
Eu me deito sem saber do sol, eu enfrento
E não me importo de cessar eternamente meu canto
Se das noites anteriores, do pranto me lembro
Não somente me vem à memória todo o pranto
Sorrio, grito, comemoro - Minha paz peito adentro!
Só quero, preciso, agora, merecido descanso...
Por enquanto!
Reflexo ao negro manto! Por hora, me encanto...