Leva-me contigo morte maldita
Em vida não desfrutei
Não bebi, não brinquei, pouco namorei
Era belo, mais o tempo levara consigo minha beleza
O tempo impiedoso comigo acabaras de ser.
Agora, velho e acabado estou
Não usufruir de minha juventude sadia
Trabalhei de mais, tempo não tinha para besteiras que na época, pensaras ser
Nada me resta, a não ser, deitar-se num aconchegante caixão
E dentro dele, deitar-se um brando e longo sono.
Minha vida, a mim já não pertence
Não tenho medo da morte, nem deveras de ter
Um ser igual a minha pessoa, que não aproveitara nada
Nada terá a perder, a morte só amenizaria ou acabaria, não sei ao certo
Com o sofrimento que me corroera por longos anos.
Leva-me contigo morte maldita!
Pego carona onde quer que fostes
Apenas leva-me contigo e acabas com minha pacata e simples vidinha medíocre
E ela! A morte vai-se embora, deixando-me sofrer
A velhice e o amor que não tive, nem conquistei.
Anderson Ramos Prazeres