FIM DE TARDE

Fim de tarde

O sol toca-me a alma

Aquece-me o corpo

Sinto no vento a paz

Beijando-me o rosto...

Olho a rua

Vestida de solidão

Rústica e nua

Florida pela multidão.

A sombra teima em deitar

Nos muros estendidos

Pintados de marcas

Dos homens sem almas.

Passa o velho a criança

Passa o dia lépido e nervoso

Morre comigo a esperança

Morre no homem o amor.

Ah! Se tudo fosse rosa,

Seria tão bom viver a vida

Sonhar e contar historia

No romper de cada dia.

Luiz Gonzaga Bezerra