CACOS I

Quando menina
o meu mundo era meu.
Todos os sonhos eram permitidos,
mas na minha infância se perderam.
 
Sonhava em ser dona do mundo.
O que tinha? Pouco mais de nada!
O nada era muito para aquela menina.
 
Cresci e andei sobre
cacos quebrados.
Cacos de tudo
que um dia foi meu.
Juntei cada um deles
que a vida me deu.
 
Aprendi que viver esta vida
não é unicidade,
vive-se de dualidade.
Até no amor necessita
de duas caras metades!
 
Vida em pedaços,
pedaços partidos,
partidos em cacos.
(Graciela da Cunha)
- 12-06-09 -