Bar
Num bar, à beira da avenida
Das ruas intranquilas
Bebo água, esquento-me com a vela
Belisco a oferenda
Não sem antes pedir licença
Ao onipresente Orixá
Guardião deste prato
Num bar, qualquer música
Qualquer som, me traz lembranças
Traz-me saudades dando-me alegria
Só de imaginar
Santos, o Porto, Algarve, Portugal
Num bar, sentado à mesa
Qualquer poesia escrevo
Para me sentir vivo, sagaz
Para que me traga luz, sabedoria
Quando o celular tocar
Dando-me notícias
De um mundo de lá
Que não sei se quero, se desejo
Por enquanto só me deixo levar
Descansar e nada mais...
Poesia publicada no livro Viver: um jogo perigoso, de Márcio Martelli, Editora In House (2009)