Soneto da Lua

A lua espalmada no céu turquesado'aberto

é tudo que se quer para espantar o grito

entalado e calado que näo entra nem sai;

a lua vem desentranhar o grito que corroi,

com uma voz melosa qu'os ouvidos invade,

no instante exato,na largueza da bondade,

na espessura d'uma esperança construida

entre os brilhos da alvorada ora enluarada!

Jà näo aturdem os gritos, espaços näo hà,

exceto para'afoita revoada do céu para cà,

naquela voz que se tornou meiga e macia,

como um crepuscular amanhecendo inocência,

ao morno cintiliar que a alma clama' adora,

epionando noites a fio'lua que muito venera!

Grenoble-Fr-02/06/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 02/06/2006
Código do texto: T167907