Tardes Mornas
Tardes Mornas
Gosto de ver Miracema,
A se arrastar, tranquilamente,
Nas horas mornas da tarde.
Horas lentas, modorrentas,
Que nos obrigam a bocejar,
Num derramar de preguiça sem par.
Na rotineira busca do cotidiano,
O ritmo esparso do vai e vem:
Trabalho, compras, passeio,
Estudo, vagabundagem também.
Ah! Tardes mornas, sonolentas!
Sol a pino penetrando a folhagem
Abundante de sua antiga paisagem.
Nas folhas inusitados reflexos azuis.
É a comunhão do céu com seu verde,
Sol ali se atém, decompondo-o, para
Roubar-lhe o puro azul que contém.